Uma menina está perdida no seu século à procura do pai


Hanna e Marius, Berlim, Século XX.
Marius encontra uma menina perdida à procura do pai. Hanna, rapariga, cabelos castanhos, olhos pretos, catorze anos. Hanna fala com dificuldades, entende mal o que lhe acontece, não percebe o raciocínio dos outros. Está perdida. Marius está com pressa mas muda o seu percurso, acompanha-a. A sua busca leva-os até Berlim, a um hotel com corredores que lembram fantasmas da guerra — e os dois circulam entre as obsessões e os escombros do seu século.

"- E vocês? De onde vêm?
Tentei explicar-lhe que não era um homem falador. Gosto de ouvir, disse-lhe, não tenho muito para dizer.
Ele perguntou, virado para Hanna: - Como te chamas?
Hanna respondeu. Ele não percebeu. Hanna repetiu, ele continuou sem perceber.
Eu repeti: - Chama-se Hanna.
- Hanna - disse Fried. - Bom. - Que idade tens?
- Catorze - respondeu, e agora percebeu-se. Fried sorriu para ela, simpaticamente.
Ela disse: - Olhos: pretos. Cabelo: castanho.
Eu disse: - Ela aprendeu assim.
Depois ela disse: - Estou à procura do meu pai. Fried sorriu, não disse nada."


(podes encontrar 1 exemplar deste livro na nossa biblioteca)